Para prosseguir com nossa série sobre os desafios da sala de aula em 2025, hoje trazemos um tema que está deixando todos inquietos: o calor intenso! As recentes ondas de calor que atingiram o Brasil trazem desafios que vão além do desconforto térmico. Com temperaturas recordes em várias regiões, escolas em diferentes estados estão tendo que cancelar aulas, evidenciando a vulnerabilidade da infraestrutura educacional frente às mudanças climáticas. Este fenômeno, longe de ser passageiro, reflete um cenário global de aquecimento acelerado, com impactos diretos na saúde, no meio ambiente e, claro, na educação.
O ano de 2025 entrou para a história como o ano em que o calor bateu recordes no Brasil. Janeiro de 2025 foi o mais quente registrado no mundo, o mês marcou o 18º mês consecutivo com temperaturas recordes, segundo o observatório europeu, e o Brasil entrou nesta semana na terceira onda de calor do ano. Nesse cenário, as escolas foram diretamente impactadas, e a pergunta que fica é: como garantir um aprendizado eficaz quando o maior inimigo é o clima?
Os recordes de temperatura confirmam que a crise climática não é mais uma ameaça distante, mas uma realidade urgente. De acordo com relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tendem a se tornar mais frequentes e intensos nas próximas décadas.
O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), superando 2023, que já havia batido o recorde anterior. Esses dados mostram que os impactos das mudanças climáticas já estão transformando o presente em diversas partes do mundo.
No Brasil, o impacto dessas mudanças é visível. Além do desconforto térmico, o calor extremo agrava problemas como a escassez de água, a perda de biodiversidade e a deterioração da qualidade do ar.
A onda de calor fez os termômetros ultrapassarem 40 °C em diversas regiões do país nos últimos dias e expôs o despreparo das escolas brasileiras para lidar com as altas temperaturas.
A terceira onda de calor do ano já impacta milhões de brasileiros em seis estados do Centro-Sul, com temperaturas ultrapassando os 40°C e sensação térmica ainda mais elevada. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde o fenômeno climático deve persistir até o final de fevereiro.
No Rio de Janeiro, aulas estão sendo canceladas ou reduzidas por causa do calor extremo. O governo do Rio de Janeiro autorizou que escolas estaduais sem climatização adequada reduzam em 50% a carga horária presencial durante a onda de calor. Das 1.234 unidades de ensino no estado, 200 estão sem ar-condicionado, segundo a Secretaria de Educação (Seeduc).
Essas condições extremas têm afetado o cotidiano da população, desde a saúde até a rotina escolar e o trabalho. Em algumas regiões, o calor intenso levou à suspensão de aulas e à recomendação de evitar atividades ao ar livre nos horários mais críticos.
De acordo com um estudo recente, abordado em uma reportagem da Repórter Brasil, temperaturas elevadas em salas de aula têm um impacto direto no desempenho cognitivo de alunos e professores. Quando o termômetro sobe, o cérebro tende a “desligar”, dificultando o raciocínio, a concentração e a capacidade de absorver informações.
A reportagem destaca que, em 2025, escolas em diversas regiões do país enfrentaram desafios sem precedentes devido às ondas de calor. Em muitos casos, a falta de infraestrutura adequada, como ventilação e sistemas de refrigeração, transformou as salas de aula em ambientes insalubres. Professores relataram que, em dias muito quentes, os alunos demonstram cansaço extremo, dificuldade de focar e até sintomas de desidratação.
Estudos mostram que excesso de calor prejudica a aprendizagem por afetar a concentração e a saúde dos alunos, conforme Folha. O calor extremo afeta também o desenvolvimento do corpo e do cérebro das crianças, segundo artigo produzido pelo Centro sobre a Criança em Desenvolvimento da Universidade de Harvard (EUA), publicado em julho de 2024
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Censo, considera como climatizadas as salas de aulas que possuem equipamentos como ar-condicionado, aquecedor ou climatizador.
Boa parte da rede municipal de ensino não tem adequação climática. Um levantamento feito pelo Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas (Ciepp) aponta que apenas 33% das salas de aula das escolas públicas do país são climatizadas. Mesmo na rede particular, menos da metade é climatizada (47%). Os dados são do Censo Escolar 2023.
Investir em climatização nas escolas não é apenas uma questão de conforto, mas uma necessidade para adaptar a educação às mudanças climáticas. Além de melhorar o rendimento escolar, salas de aula climatizadas promovem a inclusão, garantindo que todos tenham acesso a um ambiente adequado para o desenvolvimento educacional, independentemente das condições climáticas externas.
Como nós, educadores, podemos transformar esse caos climático em aprendizado? Temos a oportunidade de transformar esse desafio em uma experiência de aprendizado significativa. Aqui estão algumas ideias:
A verdade é que as ondas de calor são um sinal claro de que precisamos repensar nosso estilo de vida e nosso impacto no planeta. O calor extremo de 2025 serve como um alerta para a necessidade de adaptação das escolas às mudanças climáticas, já que eventos como esse tendem a se tornar mais frequentes e intensos nos próximos anos. Por isso, é fundamental que governos, educadores e a sociedade em geral trabalhem juntos para criar soluções de longo prazo. Precisamos de escolas preparadas para a emergência climática.
E aí, professor? Como você está trabalhando esse tema com seus alunos? A sua escola está atenta ao calor extremo? Compartilha com a gente, se hidrate e até o próximo artigo!
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