Em meio a rotina agitada das cidades, manter o contato com a natureza pode ser uma tarefa complicada, ainda mais para as crianças e adolescentes, que estão passando cada vez mais tempo ligadas às telas dos aparelhos eletrônicos.
Já parou para refletir sobre a importância do contato com a natureza para o desenvolvimento infantil?
Quando a criança interage com a natureza, o desenvolvimento dos sentidos e de habilidades importantes são estimulados. Neste momento os pequenos encontram mais espaço para se divertirem, brincarem e fazerem descobertas que só o meio ambiente pode oferecer. Além disso, especialistas afirmam que manter as crianças em contato com a natureza, mostrando como as árvores crescem, como os pássaros se alimentam e como funcionam as ondas do mar, é a melhor forma de falar para as crianças sobre sustentabilidade e sobre a necessidade de cuidar do planeta.
Pensando nisso, a professora Cleusa Maria Rossini idealizou o projeto “Dias coloridos para uma infância feliz nas minúcias do cotidiano” para incentivar o contato das crianças com o meio ambiente e despertar o amor e o cuidado com a natureza, tornando mais alegres e coloridos os dias dos alunos da Escola Municipal Infantil Dalva de Almeida Weinmann, em Ijuí (RS).
Para conhecer o projeto da professora Cleusa Maria Rossini na íntegra acesse aqui
A ideia do projeto teve início a partir da observação das crianças em um momento de brincadeira no pátio, as quais demonstravam muita curiosidade, interação e encantamento pela natureza. Assim, constatou-se que as crianças precisavam de mais momentos do lado de fora da escola, em espaços com mais verde, árvores, flores e frutos, onde pudessem ampliar suas explorações e aprendessem brincando. De acordo com a professora Cleusa “as primeiras marcas, vivências e experiências acontecem na infância e elas perpassam pelo brincar, pois brincando a criança está descobrindo, pesquisando, investigando, elaborando e reelaborando questionamentos sobre o mundo. Neste contexto a escuta, o olhar sensível e observador do educador é fundamental para poder perceber e tornar visíveis as aprendizagens das crianças”.
A professora ainda considerou relevante conhecer um pouco mais dos arredores da escola, a arborização das casas, das ruas, os parques, bosques, buscando vivenciar nestes lugares, colher elementos para as pesquisas e investigações, cuidar e aprender a valorizar estes espaços junto á natureza.
Desde então, todos realizaram um passeio pelo Bairro contemplando as árvores, as flores, os quintais das casas e as ruas, para observar se existia arborização nestes espaços. Quando retornaram para a escola, as crianças constataram que as árvores presentes no pátio não davam frutos, e então chegaram à conclusão de que necessitavam de mais árvores frutíferas. Assim surgiu a ideia de criar um pomar.
Tendo um espaço ocioso nos fundos da escola com área verde e algumas árvores nativas, a professora e toda a turma buscaram parceria para conquistá-lo e integrá-lo como terreno da escola. Em uma ação conjunta entre segmento escolar e comunidade, conseguiram junto ao Poder Público tornar o terreno como parte integrante do patrimônio da escola.
No pátio, foram disponibilizados os elementos colhidos no passeio do Bosque, em que as crianças foram desafiadas a explorá-los fazendo uso da lupa, para ampliar a pesquisa sobre textura, cor, tamanho e peso. Nesta oportunidade elas aproveitaram a lupa para caçar formigas, observar a vegetação e as flores, transformando esta atividade rica em descobertas e alegria.
As atividades desenvolvidas no projeto se deram a partir das chamadas vivências em que os alunos descobriram suas capacidades e habilidades de maneira lúdica e prazerosa, explorando tato, observação, criatividade e criação de brinquedos. Houve uma evolução significativa no desenvolvimento motor das crianças que durante as caminhadas e brincadeiras mostraram-se mais participativas e entusiasmadas e passaram a brincar com mais independência e cooperação.
Através da roda de conversa que era realizada em diferentes momentos, é perceptível os avanços significativos no desenvolvimento da oralidade, socialização e interação das crianças. O contato com diversos materiais e texturas também enriqueceu o desenvolvimento do tato e ampliou o vocabulário das crianças em relação aos elementos naturais.
O Projeto proporcionou o contato com a natureza e promoveu uma postura investigativa por meio da observação direta e de outros recursos de pesquisa (literaturas, músicas, poesias, desenhos, fotos), além de promover autonomia, autoconhecimento e autocuidado, desenvolvimento de habilidades motoras e florescimento da imaginação e criatividade nos alunos.
“Como foi bom poder participar destes momentos e ver a desenvoltura de cada criança, na troca, no olhar, nos movimentos, nas falas. Foi uma experiência muito rica e marcante para elas, percebemos no sorriso e no olhar de cada criança o quanto esses momentos foram importantes. As crianças esperavam ansiosas pela próxima vivência, questionando se haveria “surpresa” naquele dia. Pelo fato de assim nos referirmos a cada ambiente criado”, finaliza a professora Cleusa.
Esta incrível iniciativa está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare e foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador. Inspire-se nessa iniciativa e participe da 2ª edição do Prêmio! Acesse https://significare.org.br/premio/ e inscreva o seu projeto.
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