Um estudo promovido pela Generations United, em parceria com Eisner Foundation (empresa especializada na promoção de programas intergeracionais) comprova que para a maioria das pessoas consultadas, as atividades conjuntas de crianças e idosos podem ajudar a reduzir o sentimento de solidão dos mais velhos e contribuir com a educação das crianças.
Nos Estados Unidos existem pelo menos 100 centros que promovem a interação entre crianças e idosos. Países como Inglaterra e Holanda também já viram os benefícios desse espaço de convivência intergeracional.
Sob esta perspectiva, que tal promover uma interação pedagógica enriquecedora entre crianças e seus familiares idosos?
A professora Thamires Fernandes de Assunção idealizou o projeto “Direitos dos idosos” com o objetivo de possibilitar a reflexão e conscientização sobre a importância da pessoa idosa considerando seus saberes e vivências aos alunos da educação infantil do Colégio Avance, em Recife (PE).
Para conhecer o projeto da professora Thamires Fernandes de Assunção na íntegra acesse aqui
Diante das evoluções tecnológicas, as relações sociais estão cada vez mais fragmentadas intensificando-se nos meios digitais, isto ressalta a necessidade de uma nova visão sobre as interações sociais especificamente com pessoas idosas. É necessário reconhecer as histórias vivenciadas por essas pessoas, assim como seus direitos.
A partir disso, a iniciativa da professora Thamires Fernandes vai para além do mundo escolar, ultrapassando as barreiras do círculo familiar, com o propósito de dialogar sobre as interações intergeracionais entre as crianças e seus familiares idosos e refletir sobre seus direitos.
A estrutura do projeto se estabeleceu através de cinco etapas: estruturação, investigação, criação, experimentação, interação/culminância, utilizando-se de recursos como fotografias e vídeos para melhor ilustrar a temática para as crianças.
Na estruturação, iniciou-se a coleta de dados para a constituição do projeto, sendo assim, foram apresentadas fotos de bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Em seguida, foi questionado a respeito de como as pessoas nascem pequenas e chegam a ficar mais velhas, as mudanças que ocorrem em todas as etapas da vida e se conseguimos realizar as mesmas atividades na fase idosa.
A partir dos questionamentos e respostas, na etapa de investigação as crianças traziam relatos sobre as atividades que faziam com pessoas idosas de sua família, sendo estas sempre a figura da avó ou avô. Foi solicitado para que as crianças analisassem qual a aparência dessas figuras e qual o olhar que tinham sobre elas. A proposta desta etapa constituiu na representação desses idosos através de desenhos, além de fotos que as crianças trouxeram dos momentos que passaram com estes familiares e os sentimentos que se estabeleceram naquele momento.
Constituindo a terceira etapa de criação, estabeleceram-se perguntas sobre idosos que não têm família e são deixados sozinhos. “Afinal, quais são os direitos dos idosos?” A partir do questionamento, foi apresentado um vídeo sobre o estatuto dos idosos para as crianças e em seguida foi questionado quais direitos elas acreditavam que eles deveriam ter. Nesta etapa, as crianças criaram um livro sobre o tema.
A quarta etapa do projeto visou a divulgação dos materiais realizados, em que as crianças apresentaram em salas do infantil 3° e 4° ano do fundamental 1 sobre os direitos dos idosos e a importância do cuidado e carinho com os mesmos. As etapas de interação e culminância se realizaram quando os familiares das crianças se fizeram presentes para assistir às apresentações e observar todo o processo que se estabeleceu na execução do projeto.
As crianças participaram com bastante entusiasmo, além de muita curiosidade em conhecer os avós um dos outros, ouvir as histórias e vivências de cada um. Muitas das crianças trouxeram direitos dos avós relacionados ao que mais gostavam de fazer com seus avós. Ao trabalhar essa forma de projeto foi possível integrar e estimular as crianças que são tímidas, possibilitando que sejam livres para se comunicar e se expressar da melhor forma.
Havia uma criança autista em sala, cujo nível era moderado. Para sua interação no projeto a utilização das fotografias dos avós foi de suma importância, pois o mesmo reconhecia ser seus avós, buscando estimular a fala: avó e avô, estimulando a sonorização da palavra, dando o suporte das palavras de forma escrita.
A professora Thamires atua na educação desde 2011, formada em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco, lugar em que despertou um olhar para as diversas significações que cercam a educação, principalmente a educação não-formal. Sobre a iniciativa, ela ainda comenta: “A relevância desse projeto estabelece quando o mesmo constrói e implementa meios de aprendizagem e educação que ultrapassam o aprendizado da escrita, reconhecendo as múltiplas significações do que vem a ser educação, além de possibilitar a criança ser a construtora de seu conhecimento, protagonista, em conjunto com a professora”.
As atividades realizadas promoveram conhecimento, comunicação, empatia, cooperação, responsabilidade e cidadania aos alunos.
Esta incrível iniciativa está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare e foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador. Inspire-se nessa iniciativa e participe da 2ª edição do Prêmio! Acesse https://significare.org.br/premio/ e inscreva o seu projeto.
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