Democratizar o atletismo na escola: Projeto pedagógico de educação física alia esporte e inclusão para atender alunos com necessidades especiais

As olimpíadas e paraolimpíadas de Tokyo acendem a chama do atletismo e o sonho de atleta que vive em muitos corações desde a infância, afinal a iniciação esportiva geralmente acontece na escola, durante as aulas de educação física.

O Atletismo é um esporte que permite múltiplas possibilidades de ações pedagógicas, porém os desafios nas escolas públicas para implementar a modalidade são inúmeros, pois nem sempre as instituições dispõem de infraestrutura e recursos adequados.

Para além dos desafios comumente enfrentados pelos professores de educação física, que vão da inexistência de espaço adequado à falta de materiais didáticos, a professora Mariana Silva Barros idealizou a iniciativa “Democratizar o atletismo na escola: Procedimentos alternativos para sua aplicabilidade” com a finalidade de garantir práticas esportivas que proporcionassem inclusão e possibilidade de participação a todos os alunos da EMEF Mariana Leão Dia, em Tucuruí (PA).

Para conhecer o projeto da professora Mariana Silva Barros na íntegra acesse aqui

Conhecido como esporte-base, o atletismo desenvolve habilidades naturais executados pelo ser humano, como correr, saltar e lançar. No contexto escolar, este esporte tem grande importância, pois as capacidades e habilidades inerentes aos seus conteúdos, frequentemente, servem de base para outras modalidades desportivas.

Sob esta perspectiva, o projeto da professora Mariana Silva Barros visou proporcionar interação social, respeito e oportunidades através da presença de alunos inclusos e melhorar a autoestima, autoconfiança e descobertas ao despertar o interesse por atividades físicas.

A ação do projeto contemplou as turmas de toda a escola, no qual para o 1º e 2º ano foi aplicado só corridas de velocidade e com barreiras. Mas a partir do 3º ao 5º ano, onde já há um interesse por modalidades desportivas, foi também aplicado saltos, arremessos e lançamentos.

As turmas foram bem diversificadas, por conter meninas, meninos de diversas estruturas físicas e alunos inclusos como: Cadeirantes, Altistas e alunos com dificuldades motoras e outras necessidades especiais. Para atender os alunos com necessidades educacionais, foi necessário adequar as atividades levando em consideração condições, restrições e limitações dos alunos, promovendo atividades ao seu alcance. Deste modo, democratizando o acesso à prática do atletismo como instrumento educacional.

Segundo a professora Mariana Silva Barros, autora do projeto, “A cada semana as turmas foram vivenciando as práticas do atletismo de forma democrática, pois nenhum aluno foi excluído da ação, oportunizando a todos incluindo alunos com necessidades especiais (…), mas a participação foi esplêndida, pois o atletismo por ser um esporte individual, torna-se interessante e desafiador, no qual cada aluno se motivou a superar suas marcas e vencer suas limitações”.

O atletismo requer um espaço amplo para execução das corridas, saltos, arremesso e lançamentos. Mas as dificuldades de materiais pedagógicas necessárias para ação do projeto foram ultrapassadas graças à criatividade e disponibilidade em confeccionar materiais alternativos e recicláveis, como blocos de partidas de madeira, barreiras de cano de PVC, vara para salto de bambu, bastões de cabo de vassoura para corrida com revezamento com bastões, pneus, compensados e colchonetes para queda dos alunos no salto em altura, com um sarrafo substituído por corda elástica.

O resultado final foi ver a solidariedade dos alunos durante as atividades com alunos com necessidades especiais, o que torna evidente o respeito com o próximo e obtenção de valores essenciais para se tornarem cidadãos críticos e tolerantes. O estímulo à competição resultou na vontade de vencer e o gosto pela prática de exercícios. Os alunos do ensino fundamental passaram a conhecer os conteúdos do atletismo de forma mais específica, o que oportunizou a todas as turmas a participarem das atividades, democratizando a sua aplicabilidade na escola.

Esta incrível iniciativa está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare  e foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador. Inspire-se nessa iniciativa e participe da 2ª edição do Prêmio!  Acesse https://significare.org.br/premio/ e inscreva o seu projeto.

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