Projeto potencializa o ensino da matemática aliando a tecnologia da impressão 3D com a construção de sólidos geométricos

A matemática é considerada uma das disciplinas que ocasiona o maior índice de alunos em recuperação. A maioria dos estudantes, independente da idade, apresenta dificuldade na matéria e não gosta da disciplina logo nos primeiros anos de escola, justamente o momento mais decisivo para fixação dos conteúdos referentes à disciplina. Entre os fatores que envolvem esse baixo rendimento, cita-se a defasagem na matéria, o que significa que se o aluno não aprendeu os conteúdos básicos nas séries iniciais, ele terá maior dificuldade em aprender o que será ensinado nos próximos anos. Assim, ao chegar no 6° ano, muitos alunos acabam não assimilando os conceitos básicos por causa dessa defasagem e não conseguem avançar na matéria. Inclusive, de acordo com o relatório de 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), quase 70% dos alunos de 15 anos não sabem o básico de matemática.

Já imaginou transformar realidades como esta utilizando a impressão 3D para promover um ensino inovador e significativo da matemática? Pensando em tornar a disciplina mais interessante através da tecnologia, muitos professores estão explorando novas soluções para ressignificar o ensino da matemática.

É o caso do Prof. José Leandro Gomes de Brito que idealizou o projeto “Uso da tecnologia 3D para construção de objetos didáticos para o ensino da disciplina de matemática” que combinou a tecnologia da impressão 3D com sólidos geométricos para promover um ensino mais significativo e interessante aos alunos do 3° ano do Ensino Fundamental I do Centro Educacional Século Manaus, em Manaus (AM).

Para conhecer o projeto do professor José Leandro Gomes de Brito na íntegra acesse aqui 

Primeiramente, os alunos tiveram acesso ao conteúdo proposto no livro de maneira que eles pudessem conhecer, mesmo que de forma abstrata, os sólidos geométricos. Todavia, foi proposto que os alunos construíssem seus próprios objetos através da impressão 3D e para isso, o professor de Pensamento Computacional apresentou e explicou sobre o funcionamento da impressora e quais tipos de materiais são utilizados para realizar a construção dos objetos. Esse tipo de tecnologia já vem sendo usado por muitas áreas e abriu novas oportunidades também na área da educação, principalmente no ensino da matemática que é uma disciplina considerada difícil de se compreender pelos alunos.

Logo após, foi apresentado um dos softwares utilizados para modelagem de objetos em 3D, o Tinkercad, aprendendo sobre o funcionamento das ferramentas. Após a familiarização do ambiente de trabalho, cada aluno escolheu um objeto e começou a estruturar a sua modelagem. Todas as
especificações de tamanho e largura foram dadas pelo professor para que o objeto pudesse ser impresso e, a medida que os alunos terminavam suas modelagens, o professor colocava para imprimir e o aluno acompanhava a impressão de seu objeto com bastante curiosidade observando como cada camada era construída e como o filamento saía e formava o objeto desenhado por ele, o que gerou muita empolgação pois cada aluno estava dando vida ao seu próprio projeto.

Por fim, as práticas pedagógicas e ferramentas utilizadas no projeto tornaram as aulas de matemática mais divertidas e interativas, onde os alunos conseguiram visualizar cada detalhe, medida, superfície, vértice e aresta manipulando os objetos com as próprias mãos o que facilitou os estudos de cada sólido geométrico. Assim, a partir da tecnologia da impressão 3D, foi possível não só ensinar aos alunos o conteúdo proposto, como também exercitar o pensamento crítico e a criatividade, tornando os alunos protagonistas pela fabricação de objetos únicos criados por eles mesmos compreendendo a cultura digital como produção de conhecimento.

A iniciativa do professor José Leandro Gomes de Brito foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador e está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare*.

*Por medida de segurança de dados, para acessar os projetos do Banco de Práticas é necessário efetuar cadastro. O processo é rápido e a medida preserva as informações dos autores dos projetos.