Cinema na escola: a 7ª arte invade as salas de aula em projeto pedagógico que leva protagonismo às comunidades

Por meio das manifestações culturais é possível conhecer um país, sua história e tradições. O cinema fascina, atrai, emociona e pode ensinar, e os filmes são parte importante do repertório cultural que reflete o cotidiano, mas nem sempre encontram lugar na sala de aula. Esse é um erro e tanto, já que o cinema na escola pode funcionar como uma preciosa ferramenta didática para a aprendizagem de conteúdos de diversas disciplinas, sendo uma ótima estratégia para ampliar o conhecimento dos estudantes. A importância disso fez com que o Ministério da Educação incluísse um item específico na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que determina a exibição de filmes produzidos no Brasil por, pelo menos, 2 horas por mês. Dessa forma, desde junho de 2014, a aquisição de recursos audiovisuais passou a ser obrigatória nas instituições de ensino de educação básica de todo o país, incentivando o uso do cinema na educação.

Pensando nisso, já imaginou aplicar um projeto pedagógico no qual os alunos produzem, dirigem e protagonizam os próprios filmes?

O professor Ygor Gabriel Lioi Barreto de Omena desenvolveu o projeto “#Cinescola” com o objetivo de inserir os alunos no campo audiovisual e cinematográfico, utilizando a produção de vídeos como ferramenta para que os estudantes expressassem suas visões de mundo e refletissem sobre as próprias realidades. A proposta inovadora despertou a curiosidade e promoveu protagonismo juvenil aos alunos da EM Adalgisa Nery, em Santa Cruz (RJ).

Para conhecer o projeto do professor Ygor Gabriel Lioi Barreto de Omena na íntegra acesse aqui

O projeto teve como principal objetivo levar a Sétima Arte para todos aqueles que não têm acesso, a fim de escutar vozes, dar visibilidade às comunidades e aos alunos, para que os mesmos possam transformar suas vidas através da arte. O professor Ygor Gabriel comenta sobre o propósito da iniciativa: “Invadir as salas de aula com o cinema é a forma que encontrei de continuar lutando e mudando a vida de muitos jovens. Levar um projeto desse tipo para locais em situação de vulnerabilidade social está mudando o jeito de um jovem, que já estava perdido, entender a realidade.”

A iniciativa foi desenvolvida a partir de três pilares: empoderamento, capacitação e visibilidade, buscando levar uma forma de ensino diferenciada, onde o que tem maior valia são as histórias dos alunos. Cada aluno deveria contar uma história que o tocasse, focando em curtas documentais e não ficcionais, onde “os discentes, que muitas das vezes tem suas vozes caladas, podem contar suas histórias e têm voz e vez para ver ao final do trabalho toda a sua narrativa contada na telona”, comenta o professor.

Entre as atividades desenvolvidas no projeto, cita-se o empenho dos discentes que participaram de todas as etapas do processo: construção de narrativas, roteiros, preparação para o set de filmagem, gravação, manuseio de equipamentos, montagem  e finalização dos filmes. Além disso, os alunos tiveram várias oficinas com profissionais renomados dentro do mercado cinematográfico, assim como saídas da escola para conhecer estúdios, cinemas e outros locais. Ao final, os filmes foram lançados e apresentados, dando visibilidade para toda essa nova safra de pequenos cineastas.

A iniciativa utiliza o cinema como ferramenta de aprendizagem e desperta novos olhares, valoriza as histórias dos alunos, empodera esses jovens e melhora a autoestima dos participantes. Após a aplicação do projeto, os alunos ficaram muito mais soltos, falantes e com opiniões cada vez mais críticas em sua visão de mundo. Escutar suas falas, entender o local do qual estão falando e valorizar os múltiplos discursos, foram essenciais dentro das ações propostas encarregadas de dar voz aos estudantes e protagonismo às comunidades.

“Acredito que em todos os lugares deste município existem verdadeiros artistas, que por muitas das vezes estão à procura de uma oportunidade. Basta uma boa semeadura, apresentando oportunidades diversas para que se tenha uma boa colheita”, conclui o professor Ygor Gabriel, idealizador do projeto.

Esta incrível iniciativa está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare e foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador. Inspire-se nessa iniciativa e participe da 2ª edição do Prêmio! Acesse https://significare.org.br/premio/ e inscreva o seu projeto.

* Por medida de segurança de dados, para acessar os projetos do Banco de Práticas é necessário efetuar cadastro. O processo é rápido e a medida preserva as informações dos autores dos projetos.