Projeto pedagógico promove conhecimento sobre rochas e minerais utilizando o Minecraft, um game de construção virtual, para aliar diversão e interatividade ao aprendizado

Os jogos, sob a ótica da criança, se constituem a maneira mais divertida e interessante de aprender e ao professor a oportunidade de observar e analisar a forma como a criança aprende. Cada vez mais professores e escolas estão cientes da importância da brincadeira para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças. A utilização de jogos digitais (principalmente jogos educativos) motiva os alunos e desenvolve o hábito de persistência nos desafios e no desenvolvimento de tarefas. Assim, a educação deve utilizar esta ferramenta no processo de ensino e aprendizagem fazendo com que as aulas se tornem mais interessantes e mais próximas da realidade vivenciada pelas crianças desta época.

Pensando nisso, que tal ensinar geologia aos alunos utilizando um game de construção chamado Minecraft?

Tendo em vista o interesse das crianças pelos jogos digitais, a professora Mytse Andrea Sales de Melo Nogueira idealizou a iniciativa “Bloco de obsidiana: Aprendendo sobre rochas e minerais com um jogo de construção virtual” para promover conhecimento sobre Ciências da natureza, rochas e minerais aos alunos da CE José de Anchieta, em Queimados (RJ).

Para conhecer o projeto da professora Mytse Andrea Sales de Melo Nogueira na íntegra acesse clicando aqui

A professora Mytse ficou intrigada ao pedir para os alunos um exemplo de rocha magmática, onde um deles logo respondeu: obsidiana. Ela ficou surpresa quando outras crianças diziam também conhecer, não apenas esta rocha, mas também muitas outras. E foi assim que surgiu a ideia do projeto.

O ápice foi perceber o quanto de conhecimento científico havia no jogo, quando um aluno chegou à conclusão de que a obsidiana era uma rocha magmática, porque, para obtê-la precisava misturar água e LAVA. De acordo com a professora Mytse Andrea Sales: “Diante de tanto entusiasmo com um assunto (rochas) que, geralmente, não atrai os alunos, percebi, nesse contexto, ingredientes ao ensino, que, segundo, CRAWFORD, apud Andrade, 2016, motivam o aluno, aumentam seu interesse e melhoram sua aprendizagem. Foi o passaporte para uma viagem por uma febre do mundo teen: um jogo virtual de construção.”

Dentre as atividades desenvolvidas no projeto, cita-se a listagem de todas as rochas do jogo e sua classificação de acordo com seu processo de formação, o reconhecimento dos minerais encontrados no game, recortes e colagem de um cubo, simulando um bloco de rocha ou mineral do jogo Minecraft® e a reflexão sobre os impactos da mineração para o meio ambiente. Além disso, os alunos fizeram uma exposição para a turma com os blocos formados, confeccionados com caixas de papelão, que simulavam os blocos de rochas e minerais do jogo, tornando a aprendizagem mais interessante e significativa.

Portando, as atividades lúdicas propostas a partir da utilização do game proporcionaram conhecimento científico, crítico e criativo, colaboração, cooperação e dinâmica entre todos, onde o jogo repleto de informações sobre rochas e minerais ressignificou totalmente o ensino. Aliando interatividade e o aprender, os alunos “perceberam o quão dinâmico pode ser o relacionamento professor-aluno. ‘A via de mão dupla’ de Paulo Freire. Além, é claro, da possibilidade de ressignificar conhecimentos”, completa a professora Mytse.

O projeto foi um dos 50 finalistas do prêmio “Educador nota 10”- 2018 e repercutiu em outras mídias: foi pauta no programa Rede Escola da TV ESCOLA (12/10/18), como exemplo de Boas Práticas Educativas e também na revista NOVA ESCOLA , ed.321 de 01/04/2019 (Videogame na escola. Pode isso, professora?).

Esta incrível iniciativa está disponível no Banco de Práticas do Instituto Significare e foi selecionada entre os 350 projetos mais Transformadores do Brasil pelo Prêmio Professor Transformador. Inspire-se nessa iniciativa e participe da 2ª edição do Prêmio! Acesse https://significare.org.br/premio/ e inscreva o seu projeto.

* Por medida de segurança de dados, para acessar os projetos do Banco de Práticas é necessário efetuar cadastro. O processo é rápido e a medida preserva as informações dos autores dos projetos.